Kristian Larssøn Vikernes (também conhecido pelo pseudónimo Count Grishnackh) é um musico de Black Metal Norueguês, que em Agosto de 1993 assassinou Øystein Aarseth, mais conhecido por Euronymous, na altura companheiro de banda em Mayhem. No julgamento Vikernes foi ainda acusado de estar envolvido em 4 incêndio de igrejas na Noruega, tendo sido declarado culpado por 3 dos casos.
Desde cedo que Vikernes se fez notar no plano musical da Noruega. Em 1988 fundou a sua primeira banda, Kalashnikov, devendo-se o nome desta à sua paixão por jogos RPG, onde equipava sempre o seu personagem com uma AK-74. Mais tarde acabou por alterar o nome da banda para Uruk-Hai devido às influências de jogos como Dungeons And Dragons, Middle-Earth Role-Playing e claro, os livros de Tolkien.
Em 1989 Vikernes conheceu os Old Funeral, onde tocou durante 2 anos, deixando para trás todo o projecto de Uruk-Hai. Como o próprio afirma, na altura em que começou a tocar em Old Funeral, a banda passou de um muito bom Techno-Thrash para um aborrecido Death Metal, sendo esta a razão pela qual acabou por deixar a banda.
Em 1991 surgiu Burzum (palavra que significa “escuridão” no Dialecto Negro, retirada dos livros de Tolkien). Segundo Vikernes, a ideia que tinha com Burzum era, não apenas criar musica original e mais pessoal, mas também criar algo de novo, uma “escuridão” neste tão iluminado, seguro e aborrecido mundo.
Em 1992 entrou como baixista para Mayhem, mas continuando sempre com Burzum em primeiro plano.
Como o próprio Varg Vikernes afirma, nunca fez musica com a intenção de ficar rico ou famoso, a sua motivação, e essencialmente no projecto Burzum, era o desejo de experimentar “a magia”, e tentar criar uma realidade alternativa através do uso “da magia”. Esta magia e ambiente mágico que Varg usa para descrever este projecto começou bem cedo, com a adopção de um pseudónimo, Count Grishnackh, pois como o próprio afirma ”Se as pessoas soubessem que Burzum era apenas a banda de um adolescente, isso iria por certo estragar a magia”.”A minha intenção não era ser conhecido, mas sim dar a conhecer Burzum... E quando uma vez um jornal usou o meu nome real, Kristian Vikernes, em vez do pseudónimo, eu fiquei horrorizado, e foi isto que realmente alterou toda a escala e me fez ir de vez mudar o meu nome legalmente. De maneira alguma eu iria deixar a magia de Burzum ser destruída por uma coisa deste tipo”.
O que o inspirava a fazer musica também é algo um pouco estranho. Na sua adolescência, ele e os seus amigos de RPG pegavam nalgumas espadas, lanças e “mocas” de madeira e iam para a floresta lutar uns com os outros. Inicialmente Vikernes começou estas lutas com os amigos de RPG, mas quando conheceu Old Funeral (e mais tarde também Immortal) também estes começaram a ir para a floresta “brincar” às guerras medievais (quando Varg foi preso por matar Euronymous estas lutas foram descritas pela imprensa como “nocturnal Satanic rituals”). “O ambiente da floresta, o ambiente da noite, o ambiente do antigo e sagrado local, a dor dos ferimentos, o sabor das agulhas dos pinheiros, do chão e do sangue, e o cheiro a madeira queimada... Essa era a minha inspiração”.
Toda esta magia por si criada em redor do projecto Burzum, era apenas necessária por este não estar satisfeito com o mundo real. Como Varg afirma “não havia aventura, nem medo ou Trolls, Dragões ou Zombies. Não havia magia. Então entendi que precisava ser eu próprio a criar esta magia”.
“Fiquei bastante triste por ver que toda esta magia havia sido destruída ou pelo menos reduzida em 1993, quando a imprensa começou a escrever sobre ela, e montes de bandas country, rock e Death Metal da Noruega, de um momento para o outro, começaram a pintar o cabelo de preto, a pintar o corpo e a tocar Black Metal... Para serem famosos, ganhar dinheiro e arranjar raparigas, e não para mudar o mundo... Eles não pareciam pensar sequer na magia...”.
Ao criar Burzum, a esperança de Varg era que este projecto pudesse inspirar as pessoas a desejar uma nova e melhor realidade neste mundo
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