Uma noção do que é Black Metal todos têm. Identificar aqueles que vivem o estilo parece ainda mais fácil. Tirar sarro da cara de quem ouve, então, nem se fala! No entanto, Black Metal vai muito mais além de corpse paint e cruzes de cabeça para baixo.
Musicalmente, o black se apresenta em guitarras e bateria extremamente rápidas, distorções pesadas, vocais guturais e letras que, normalmente, cultuam o satanismo e criticam o cristianismo.
Mergulhando na história, chega-se a Euronymous (Øystein Aarseth), guitarrista da banda Mayhem, percussor do estilo que teve como berço a Noruega, onde cena se preocupava em banir o cristianismo e outras religiões não escandinavas. No entanto, foi com o suicídio de Dead (Per Yngve Ohlin), vocalista da mesma banda, em abril de 1991, que o Black Metal passou a ter maior atenção da mídia. Dead cortou seus pulsos, a garganta e deu um tiro na cabeça, deixando escrito: “Desculpe todo o sangue”. Há quem diga que Euronymous fez amuletos com partes do crânio do vocalista.
Ao final da década de 90, bandas como o Dimmu Borgir apresentaram o estilo de uma forma um pouco diferente, influenciadas pela música clássica, teclado e letras que continham ideais neo-nazistas mais sutis (se é que o nazismo pode ser considerado parte do Black Metal). A presença da banda em diversos festivais propagou ainda mais a cena que, apesar das modificações, continuava a contar com bandas ligadas às características iniciais.
IDEOLOGIA
Antes de tudo, como afirma um black metaller, um dos intuitos do Black Metal é “desmistificar o que místico (aliás, isso é título de um CD <EP> do Mystifier)”. A partir daí, há diversas discussões quanto à ideologia. Muitos afirmam que não há como generalizar, que isso varia de pessoa para pessoa, que “a principal ideologia do Black Metal é não se prender a nenhuma, é estimular seus ‘seguidores’ a pensar, a possuir senso crítico e ampliar seus horizontes”.Senso crítico, por sinal, muitíssimo bem explorado quando o assunto é o cristianismo. Jesus Cristo é visto como uma farsa, uma lenda como a do Papai Noel que “as pessoas continuam crendo mesmo depois que crescem”.
Quanto à ligação com o nazismo, ainda que bandas como Darkthrone, Noctkurnal Mortum e Burzum a evidencie em suas composições, coloca-se que, uma vez que as letras focalizam o ser humano na valorização pessoal do indivíduo, sem que se submeta a um poder impessoal, o nazismo, que apresenta o Estado como um poder absoluto, torna-se um elemento de contradição.
O homossexualismo é outro tema que envolve várias discussões dentro da cena. Aqueles que se colocam radicalmente contra afirmam que o homossexualismo é antinatural e de extremo mau gosto – ou não afirmam nada, apenas discriminam. Outros não se importam porque a discriminação é algo proveniente de valores judaico-cristãos e, sendo eles contrários a essas ideologias, não podem compactuar com elas. Esses últimos, inclusive, citam as admiradas e antigas civilizações grego-romanas, onde o preconceito não existia. No entanto, há aqueles que acreditam que “homossexuais devem ser respeitados não porque já existiram culturas tolerantes aos mesmos, mas sim porque também são humanos e, por isso, devem compartilhar dos mesmos direitos”, provando a existência da consciência nos bate-bocas.
CULTURA
Dentre os mitos que envolvem o Black Metal, há o que diz que o Black se resume ao culto ao Satanismo e sangue. No entanto, observa-se que, entre aqueles que pertencem à cena, existe um grande interesse, e conhecimento!, sobre civilizações celtas, nórdicas, grego-romanas, ... A crítica ao cristianismo não é feita a partir do nada. São relevantes e demonstram o domínio sobre o tema, provando que ser anti-cristo não consiste em uma simples revolta, mas em um vasto estudo sobre o cristianismo seguido de contestações coerentes.CURIOSIDADES
- No site http://www.peterbeste.com há fotografias de uma exposição sobre Black Metal.
- Corpse Paint, tipo de maquiagem comum entre os black metallers, é usada para dar ao indivíduo uma aparência demoníaca.
- Há black metallers que enterram suas roupas para que atinjam uma aparência mais próxima à dos defuntos.
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